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O sentir é particular: cada dor tem sua forma e seu tempo

Abordagem analítica destaca singularidade do sofrimento psíquico e o respeito ao ritmo da alma

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Vivemos em uma sociedade que corre, responde rápido e padroniza até o que é da ordem do íntimo. Frases como “você precisa superar isso logo”, “foque no positivo” ou “isso já passou” são comuns em uma cultura que tenta acelerar o luto, ignorar a tristeza e anestesiar a dor. Mas, do ponto de vista da psicologia analítica, cada sofrimento tem uma raiz profunda e singular. E sobretudo, precisa de tempo.


Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e criador da psicologia analítica, apontava que a alma tem seus próprios ritmos — e resistir a eles pode ampliar o sofrimento. “O sofrimento precisa ser escutado”, dizia Jung. E mais do que escutado, precisa ser vivido, compreendido e transformado em símbolo.


Na prática clínica, é comum ouvir pacientes perguntando se estão "demorando demais" para melhorar. Mas o que seria esse “demais”? A pressa emocional pode ser um reflexo de um mundo que não tolera a fragilidade. No entanto, a psique humana não é linear, nem responde a fórmulas. O sentir é particular.

E cada dor tem sua linguagem, seu cenário interno, sua origem — muitas vezes inconsciente — e o seu próprio tempo para se expressar e ser metabolizada.


“Quando negamos a dor, negamos a nós mesmos”, afirma a psicoterapeuta Clarissa Pinkola Estés. Essa negação, no entanto, pode se travestir de produtividade, otimismo forçado ou discursos motivacionais que abafam o sofrimento em vez de acolhê-lo. Na perspectiva analítica, é justamente ao olhar para essa dor, compreendendo sua simbologia e sua função psíquica, que iniciamos o processo de individuação — o caminho de sermos quem somos em essência.


Reconhecer que o sentir é particular é também um gesto de respeito à jornada do outro. Evita comparações injustas e acolhe o que há de mais humano em cada um de nós. Em tempos de fórmulas rápidas e curas mágicas, lembrar que cada dor tem sua forma e seu tempo é um ato de resistência e cuidado.


Acolher a dor não é permanecer nela para sempre, mas permitir que ela ensine, transforme e revele o que precisa ser visto. Porque, como nos lembra Jung, “aquilo que negamos nos submete; o que aceitamos, nos transforma”.

 
 
 

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